São apresentados a biologia floral, a dinâmica de produção de néctar, visitantes florais e sistemas reprodutivos de Jatropha ribifolia (Pohl) Baill. (Euphorbiaceae) e uma comparação dos dados obtidos para J. mollissima (Pohl) Baill. e J. mutabilis (Pohl) Baill. O estudo foi desenvolvido em uma área de caatinga hiperxerófila, na Estação Biológica de Canudos, Bahia, Brasil, de maio de 2005 a junho de 2007. As flores das três espécies estão organizadas em dicásios protogínicos. Em J. ribifolia as flores estaminadas e pistiladas duram cerca de 48 horas e a abertura é diurna, enquanto em J. mollissima e J. mutabilis as estaminadas duram entre 12 e 15 horas e as pistiladas entre 36 e 48 horas e a abertura é crepuscular. A produção de néctar, a viabilidade polínica e a receptividade estigmática iniciaram-se logo após a abertura total das flores e se sobrepuseram até sua senescência. A produção de néctar variou ao longo do dia e as flores pistiladas produziram maiores volumes que as estaminadas. A viabilidade polínica e a receptividade estigmática foram observadas nas três espécies durante toda a vida da flor. Houve diferença significativa entre os tratamentos dos sistemas reprodutivos para J. mollissima (KW = 59,796), J. mutabilis (KW = 59,058) e J. ribifolia (KW = 63,660). As três espécies produziram frutos por geitonogamia manual e xenogamia manual e apenas J. ribifolia produziu frutos por geitonogamia espontânea. As abelhas Apis mellifera, Xylocopa frontalis e X. grisescens e os beija-flores Chlorostilbon lucidus e Anopetia gounellei são os polinizadores potenciais de J. mollissima e J. mutabilis. Já para J. ribifolia, os potenciais polinizadores são A. mellifera e X. grisescens. A utilização de uma gama variada de vetores de pólen permite o fluxo polínico e a formação de frutos nas três espécies. Por sua vez, o sequenciamento no período da floração e diferenças nas dimensões das flores e nos horários da antese ajudam a manter o isolamento reprodutivo das três espécies e evitam a perda de pólen interespecífico, que poderia ser alta devido à partilha de alguns dos polinizadores.
The floral biology, nectar production behavior, floral visitors, and reproductive systems of Jatropha ribifolia (Pohl) Baill. (Euphorbiaceae) is presented and compared of those of J. mollissima (Pohl) Baill. and J. mutabilis (Pohl) Baill. The study was undertaken in an area of hyperxerophilous caatinga at the Estação Biológica de Canudos, Bahia State, Brazil, from May 2005 to June 2007. The flowers of the three species are disposed in a protogynic dichasium. In J. ribifolia both staminate and pistilate flowers last for about 48 hours and flower opening is diurnal, while in J. mollissima and J. mutabilis the staminate flowers last from 12 to 15 hours and the pistilate flowers from 36 to 48 hours, with flower opening occurring at sunset. Nectar production, pollen viability, and stigma receptivity initiate soon after full opening of both floral types, and sexual activity overlaps until senescence. Nectar production varied throughout the day, with higher production by the pistilate flowers; pollen viability and stigma receptivity during the lifetime of the flower occurred in all three species. Significant differences occurred between the reproductive system treatments of J. mollissima (KW = 59.796), J. mutabilis (KW = 59.058), or J. ribifolia (KW = 63.660). The three species produced fruits by experimental geitonogamy as well as experimental xenogamy, while only J. ribifolia produced fruits by spontaneous geitonogamy. The bees Apis mellifera, Xylocopa frontalis and X. grisescens and the hummingbirds Chlorostilbon lucidus and Anopetia gounellei are potential pollinators for J. mollissima and J. mutabilis and A. mellifera and X. grisescens are potential pollinators for J. ribifolia. The diversity of anthophiles on flowers of the three species allows pollen flow and fruit set. On the other hand asynchronous flowering and differences of flower morphology and anthesis help maintain the reproductive isolation and prevent the loss of interspecific pollen due to sharing of pollinators.